Osteopatia

A História da Osteopatia

A Osteopatia foi criada nos Estados Unidos em 1873 pelo Dr. Andrew Tailor Still (1828-1917).  A palavra Osteopatia, do Grego, significa literalmente “a patologia do osso”. Mas essa tradução não é correta. E sim, o surgimento da patologia causada pela perda de movimento/alinhamento dos ossos.

Dr.Still perdeu muitos familiares e amigos por doenças que não tinham muitas opções de tratamento naquela época. Sua indignação, sua curiosidade, e de sempre questionar tudo, fizeram ele adquirir um profundo conhecimento anatômico e fisiológico. E assim ele começou à atender inúmeros pacientes, acreditando em seus princípios e em sua filosofia. Durante toda sua trajetória ele teve inúmeros empecilhos e adversários. Somente aos 64 anos de idade é que começou à ensinar a Osteopatia, fundando a primeira escola de Osteopatia em Kirksville, EUA, a “American School of Osteopathy” em 1892, passando todo o seu conhecimento para as futuras gerações.

 

O que é Osteopatia ?

A Osteopatia é uma forma de terapia puramente manual, onde o terapeuta faz uso apenas das mãos para diagnosticar a tratar as disfunções existentes nos diferentes sistemas. Todos os sistemas estão interligados e se influenciam mutualmente. O corpo é visto como um todo.

Durante a vida, desde a gestação e desde o parto colecionamos diferentes “traumas” tanto físico quanto emocionais, que vão sendo acumulados e memorizados pelo corpo, limitando cada vez mais a sua capacidade de compensar  limitações. Compensações são mecanismos fisiológicos do organismo. Um sistema ajuda o outro. Mas quando essas compensações permanecem por mais tempo, a região sobrecarregada pode se manifestar em forma de desgaste, tensão, inflamação e/ou dor. A Osteopatia equilibra os sistemas, liberando os bloqueios tanto teciduais quanto articulares. Todo corpo tem a capacidade de se auto-curar, se ele tiver os requisitos para tal.

 

Um dos primeiros princípios do Dr. Still é a “Lei da artéria”. Uma região só pode se recuperar de tiver o aporte sanguíneo livre, trazendo todos os nutrientes necessários, bem como também o retorno venoso livre, que leva todos os detritos, uma inervação e uma vascularização linfática livres. Só assim a fisiologia natural pode agir e o corpo se curar.

A vida se mostra em forma de movimento. A falta de movimento, sendo em uma articulação grande ou pequena, acarreta em uma má vascularização e um metabolismo celular precário, que provoca a doença numa determinada região.

A Osteopatia conhece e domina todos os movimentos existentes no corpo, desde os das maiores articulações, como também dos ossos cranianos, dos órgãos, do sistema nervoso, entre outros.

Ela visa devolver ao corpo mais possibilidades de compensação e um realinhamento interno.

Os principais sistemas que a Osteopatia engloba em sua terapia são: o sistema músculo-esquelético, o sistema visceral e o sistema craniossacral. Não menos importantes são os sistemas neurovegetativo, fascial e linfático.

O Sistema Músculo-esquelético compreende os músculos, as articulações, as cápsulas articulares, as membranas interósseas, as fáscias, os tendões e os ligamentos. Existem várias técnicas para a liberação articular. Geralmente bloqueios articulares se dissolvem de sozinho quando a causa está em outro sistema e quando este for tratado. As manipulações nem sempre são necessárias.

O Sistema Visceral engloba os órgãos, suas fáscias, sua inervação e vascularização. Cada órgão tem sua mobilidade que corresponde ao seu desenvolvimento embriológico. Qualquer alteração na morfologia e na mobilidade de um órgão sugere uma perda de força dele próprio ou de outra região, que gera uma compensação de outro órgão ou de outra região. Nesse sistema a Osteopatia atua na ativação da vascularização da região ou órgão afetados, normalizando sua mobilidade e função.

O Sistema Craniossacral trabalha principalmente com a ligação do crânio com o quadril, com os ossos cranianos e sua mobilidade, com as meninges e membranas e com a motilidade do Sistema Nervoso, que possui vários ritmos, entre outros coisas.

Dr.Sutherland (1873-1954) é considerado o pai da Terapia Craniossacral, que foi aluno de Dr.Still.

A Osteopatia Biodinâmica

Dr. James Jealous, renomado osteopata norte-americano, viveu nos EUA, dedicou sua vida resgatando e aprofundando os princípios e a filosofia do Dr. Still e Dr. Sutherland entre outros, trazendo a Osteopatia Biodinâmica, que vai além da terapia do corpo físico. Ela trabalha também com o corpo fluídico, com os diferentes ritmos craniossacrais e com forças maiores: a Tide, a Potência, o Sopro da Vida, a Ignição, as Quietudes, a Saúde perfeita, as forças embriológicas, entre outros.

O corpo, ele próprio, tem a capacidade de soltar os bloqueios e disfunções, usando essas forças inerentes. A técnica não é invasiva, ela é muito sutil. A correção ocorre de dentro para fora.

Ao contrário das técnicas convencionais, que ocorrem de fora para dentro, onde o terapeuta faz uma manipulação.

Em fevereiro de 2021 o Dr. James Jealous partiu de nós, deixando seu imenso legado.

No Brasil, a Osteopatia Biodinâmica é pioneiramente divulgada e propagada pela Dra. Aziza Lurica Nogushi. Um campo que com certeza ainda vai crescer muito.

A Osteopatia Tradicional engloba todos os diferentes corpos. Hoje em dia ainda, o que é mais conhecido aqui no Brasil é o trabalho da Osteopatia com o corpo físico, a Osteopatia biomecânica.

Duração e frequência das sessões:

Uma sessão tem uma duração de 60-90 min, podendo variar dependendo de cada caso.

O intervalo entre uma sessão e outra é de aproximadamente 2 a 6 semanas, dependendo do quadro clínico, que é importante para dar tempo ao corpo de se reorganizar e recuperar.

Em bebês, crianças e quadros álgicos agudos esse intervalo é menor.

Como é uma sessão?

Em geral é composta por 3 partes: de uma anamnese, uma inspeção de todos os sistemas e o tratamento em si. Na primeira sessão a anamnese é mais extensa, sendo de grande importância no entendimento da cronologia dos sintomas e para o entendimento do quadro clínico.

Indicações?

-dores articulares da coluna e dos membros, dores musculares , hérnias discais, protusões, dores ciáticas, túnel do carpo, entorces, distensões musculares, escolioses, bursites, tendinites.

-dores de cabeça, enxaquecas, sinusites, rinites, otites, tinnitus, bruxismo, tensão mandibular, dores e estalos  mandibulares, disfunções de oclusão da mandíbula.

-Asia, refluxo, gastrite, mal funcionamento intestinal, cólicas, distúrbios menstruais, TPM, incontinência.

-estresse, hiperatividade, ansiedade, falta de concentração, inquietação, insônia.

-quedas, fraturas, pós-cirúrgico.

-em bebês: cólicas, refluxo, assimetrias da cabeça e tronco, dificuldade em mamar, chora muito, irritabilidade.